“Todos nós somos educados de uma maneira muito torta acerca do outro. O que a gente pode fazer é admitir que estamos em obras e ir corrigindo isso.”
Emicida[1]
O que mais me impacta nesta fala do Emicida é que ela nos faz refletir sobre nossa forma de olhar para o outro – muitas vezes limitada à nossa história, nossa realidade, nossos valores e nossas perspectivas. Vemos isso no convívio social; vemos isso no espaço corporativo.
Exercer a posição de liderança é protagonizar um fenômeno complexo. Isso porque passamos a lidar com várias pessoas, com histórias e interesses distintos e que muitas vezes não são tão convergentes quanto gostaríamos e muito menos caminham na velocidade que esperamos.
Herbert de Souza – o Betinho – que na década de 1990 trabalhou no programa “Ação cidadania contra a fome e miséria e pela vida”, escreveu um livro que eu acho ótimo que se chama “Como se faz Análise de Conjuntura”[2]. Neste livro – muito usado no campo da educação – de forma bem breve o que ele retrata é que não há como compreender um sujeito se não compreendermos que esta nossa vida é um cenário no qual existem vários atores, cada qual com suas histórias – e, como diria Chimamanda Adichie[3], estas histórias não têm uma única versão.
E é esse cenário – em que constantemente ocorrem mudanças, desafios e consequentemente a necessidade de construção de estratégias, mudança de atitudes e posturas – que líder e liderado se encontram, tentando muitas vezes equilibrar suas exigências principais: crescimento/otimização/expansão e valorização do capital humano. E daí nos questionamos: seriam essas questões complementares? É possível tal associação?
Como dito anteriormente, liderar é protagonizar um fenômeno complexo. E, neste cenário, cabe ao líder compreender as peculiaridades de todo processo e não se esquecer que o resultado final não depende apenas do processo, mas também das pessoas. Como diz meu sócio, a quem tenho grande admiração (Diego Knebel), “um CNPJ geralmente é composto de vários CPFs”… e eles precisam ser considerados!
Eduardo Shiniaskyki (2017) nos ensina que em um contexto como esse uma liderança de alta performance precisa se atentar minimamente a cinco características essenciais. São elas:
- Saber liderar a si mesmo;
- Ter atenção ao capital humano;
- Inspirar a equipe;
- Estar aberto a aprender;
- Alcançar a maestria na comunicação.
Isso demonstra o quão importante é a figurado líder na coesão da equipe nos momentos de desafio. Principalmente porque, se uma equipe sem líder continua sendo uma equipe, um líder sem equipe lideraria o quê?
O papel do líder de alta performance é manter a equipe motivada e focada nos objetivos, com um senso de pertencimento que permita se criar um equilíbrio com vistas a ultrapassar os limites individuais e alcançar as metas corporativas.
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[1] Fala do Rapper Emicida em entrevista para Lazaro Ramos no Programa Espelho, no ano de 2016.
[2] SOUZA, Herbert de. Como se faz Análise de Conjuntura. 20. Ed. Rio de Janeiro: Vozes, 1999.
[3] Chimamanda Ngozi Adichie nasceu em Enugu, Nigéria. Conhecida por seus livros que trabalham o feminismo, vem se tornando uma das mais importantes autoras anglófonas que vem atraindo uma nova geração de leitores para a literatura africana.