O fator proatividade é um dos principais pedidos que recebo em nossos briefings diagnósticos nas empresas (aquele momento em que sentamos com os gestores para verificar os objetivos dos programas de educação corporativa, sabe?).
Mas vamos falar um pouco sobre o que se entende por proatividade na prática.
O que é proatividade?
Proativa é aquela pessoa que percebe um problema, foca na solução e faz as coisas acontecerem. Que está sensível às nuances da empresa e dos clientes e busca ações para minimizar riscos e perdas. Que busca sempre novas formas de melhorar e aumentar os resultados, e, detalhe, não apenas para se beneficiar, mas para beneficiar o time e toda a organização.
Dentro das práticas da Innovative Leadership (Liderança Inovadora), muitas vezes chama-se proatividade de intraempreendedorismo, ou seja, a capacidade que a pessoa tem de empreender, com os recursos disponíveis, dentro de uma empresa (como colaboradora) mesmo sem abrir o próprio negócio. Mas esse ponto é um pouco mais complexo.
Empreendedor ≠ Empresário
Isso faz cair por terra o velho conceito de que empreendedor = empresário.
Quem falou disso pela primeira vez foi o inglês Gifford Pinchot III em 1988, e apesar de ser um termo cunhado há 30 anos, apenas nos últimos cinco anos tem se dado a devida importância nas organizações.
A competência proativa está no cerne do intraempreendedorismo, que preconiza a iniciativa por conta própria para resolver gargalos na organização e aplicar ideias de melhoria que agregam valor para o time e para a empresa.
Contudo, percebi uma certa incoerência nesse “pedido” das gestões. Por isso, resolvi escrever esse texto para mostrar na realidade como se estimula a proatividade. Sem esses cinco simples requisitos, pode tirar o cavalinho da chuva que a tão sonhada proatividade não irá acontecer.
5 dicas para despertar a proatividade
1. Incentive uma cultura que permite o erro com aprendizado.
Pense cá comigo: se vislumbro uma equipe proativa, tenho que dar recursos para eles TENTAREM (recursos que podem ser financeiros, infraestruturais, mas principalmente emocionais e intelectuais).
Muitas vezes não irão acertar. E quando isso acontecer, não dá pra chegar com lanças na mão, apontar o dedo e dizer “viiiu, olha só o que você fez. Deixei solto e me fez perder dinheiro”.
Se isso acontecer, NUNCA mais esse(a) colaborador(a) irá tentar coisa alguma. Então, dentro das suas possibilidades, dê liberdade para a galera trazer ideias, aplicar essas ideias de forma acompanhada e, caso dê errado, tirem um momento para conversar sobre. Saiam com as lições aprendidas para uma segunda tentativa.
2. Tenha e comunique o propósito.
Esse é um princípio que atrelo a muitas competências.
Apesar de algo “batido”, o engajamento para melhorar um processo ou uma prática só ocorrerá se seu time entender PARA QUE isso será feito. Quando há um forte propósito, a equipe entende que toda melhoria empreendida estará contribuindo para este propósito.
Por exemplo: nós da Kasulo temos um propósito de provocar a inquietude e o protagonismo pelas habilidades de liderança em todas as pessoas por meio da educação das organizações. Cada colaborador que traz uma ideia, sabe que está contribuindo para esta causa.
3. Quem deu o primeiro passo é dono da ação.
O que isso quer dizer? Quem deu a ideia de melhoria ou resolução de problema deve ser estimulado(a) a levar a ideia adiante. Com o seu apoio como gestora, é claro. Mas sabendo que isso pode ser um passaporte para uma maior visibilidade dentro da empresa ou até mesmo para uma promoção.
4. Recompense ideias que funcionaram.
Caso alguma ação proativa funcione, melhore algo, reduza custos, melhore a eficiência, aumente a receita ou o lucro, deixa o cliente mais feliz, qualquer coisa. Recompense!
Pode ser algo simples. Que seja um almoço por conta da empresa com alguém importante da hierarquia. Isso eleva e dá visibilidade estimulando atitudes novas.
5. Delegue funções importantes.
Perceba que não escrevi funções estratégicas ou que apenas você deve executar. Eu disse “importantes”, pois qualquer função delegada tem sua função para o todo. E isso deve ficar bem claro.
Algo que é comum ocorrer é que, ao delegar, o gestor não deixa nítida a importância da tarefa ou da função, e quem está sendo delegado pode ter uma interpretação de estar tendo essa tarefa “jogada” por mera liberalidade do líder. Então, por mais simples que seja, deixe evidente que não existe tarefa “menos nobre” e valide o impacto que isso irá trazer para o time e para a organização.
Tenho certeza que observando esse cinco fatores com muito carinho e fazendo questão de praticar cada um deles, mesmo que paulatinamente, você construirá um time com cultura proativa. Ou como gosto de dizer: uma equipe intraempreendedora.
Esse artigo melhorou a visão que você tem da equipe? Como sua equipe te encara? Neste outro artigo, falamos sobre Tudo que você precisa saber sobre liderança. Acesse e aprenda mais!
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